terça-feira, março 21, 2017

Arvoreser


do menino
de cuja cabeça
brotam árvores
quando lê
não sei muito:

mas sei que livros
são feitos de árvores mortas
cuja vida reaparece
quando as palavras brotam
em suas folhas

sei que folhas
são comuns
a árvores e livros
e que falhas
são comuns
a homens livres

do menino
de cujos livros
brotam cabeças leves
quando escreve
sei este algo:

a vida é o jogo
entre plantar e colher
e em cada folha solta
estão árvores-livros
em silencioso alvoroço.

8 comentários:

Unknown disse...

quanta beleza nas tuas palavras, adoro admirá-las!

Andréa Flores disse...

Tantas vidas, tantas folhas, rascunho, rabisco, traço. Abro os livros do menino: quanta palavra voa, livre, travessa. O texto ri. O menino é poesia.

Rosana Carvalho disse...

Que lindo, Renato!

Renato Torres disse...

querida Rosana,

saudades de ti, e da tua alegria sincera... que bom que podes me visitar por aqui! =)

beijos,

r

Renato Torres disse...

Andréa,

tuas palavras-carinho me enaltecem e me sublimam... és a namorada lírica das imaginações no teatro da vida. te amo por tudo...

beijos,

r

Renato Torres disse...

Martha,

e eu amo saber que me lês... que honra!

saudades sempre...

beijos,

r

Wagner Leite disse...

Versos saídos de folhas
Plantas e planos pensados
Gostei do jogo de palavras
Poeta da Sombra da Lua

Renato Torres disse...

Wag,

essa árvore de sonhos e poemas nos nasce desde há muito, quando aquele jardineiro encantador nos regou na Almirante Barroso... sigamos florescendo!

beijos,

r

Quem sou eu

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Belém, Pará, Brazil
Renato Torres (Belém-Pa. 02/05/1972) - Cantor, compositor, poeta, instrumentista, arranjador, diretor e produtor musical. Formou diversas bandas, entre elas a Clepsidra. Já trabalhou com diversos artistas paraenses em palco e estúdio. Cria trilhas sonoras para teatro e cinema. Tem poemas publicados nas coletâneas Verbos Caninos (2006), Antologia Cromos vol. 1 (2008), revista Pitomba (2012), Antologia Poesia do Brasil vol. 15 e 17 (Grafite, 2012), Antologia Eco Poético (ICEN, 2014), O Amor no Terceiro Milênio (Anome Livros, 2015), Metacantos (Literacidade, 2016) e antologia Jaçanã: poética sobre as águas (Pará.grafo, 2019). Escreve o blog A Página Branca (http://apaginabranca.blogspot.com/). Em 2014 faz sua estreia em livro, Perifeérico (Verve, 2014), e em 2019 lança o álbum solo Vida é Sonho, autoproduzido no Guamundo Home Studio, seu estúdio caseiro de gravação e produção musical, onde passa a trabalhar com uma nova leva de artistas da cidade.