quarta-feira, outubro 16, 2013

O olho do poeta

                                                          para Carol Magno
o olho do poeta
é porta entreaberta
às vezes incerta
seta enviesada, açoite

o olho do poeta
é a noite preta
inquieta, passada em claro
exagero raro, em riste

o olho triste espanta
gargalha mais que
a garganta do chiste

o olho empresta
a crosta lunar, a fresta
d'um lupanar em festa

o olho, mais que enxergar,
insiste em mostrar
o que nos resta.

4 comentários:

Gustavo Rodrigues disse...

Olho clínico, Renato.
Muito bom.

Patrícia Rameiro disse...

ô mas que mais lindo!!!

<3


de olho de poeta saem "milhões de pequenos raios..."

Renato Torres disse...

Gustavo,

muito agradecido pela visita e comentário!

abraços,

r

Renato Torres disse...

P,

pequenos raios aos milhares que se tornam, nos olhos de quem lê, os fogos-fátuos, ou estrelas imortais...

beijos,

r

Quem sou eu

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Belém, Pará, Brazil
Renato Torres (Belém-Pa. 02/05/1972) - Cantor, compositor, poeta, instrumentista, arranjador, diretor e produtor musical. Formou diversas bandas, entre elas a Clepsidra. Já trabalhou com diversos artistas paraenses em palco e estúdio. Cria trilhas sonoras para teatro e cinema. Tem poemas publicados nas coletâneas Verbos Caninos (2006), Antologia Cromos vol. 1 (2008), revista Pitomba (2012), Antologia Poesia do Brasil vol. 15 e 17 (Grafite, 2012), Antologia Eco Poético (ICEN, 2014), O Amor no Terceiro Milênio (Anome Livros, 2015), Metacantos (Literacidade, 2016) e antologia Jaçanã: poética sobre as águas (Pará.grafo, 2019). Escreve o blog A Página Branca (http://apaginabranca.blogspot.com/). Em 2014 faz sua estreia em livro, Perifeérico (Verve, 2014), e em 2019 lança o álbum solo Vida é Sonho, autoproduzido no Guamundo Home Studio, seu estúdio caseiro de gravação e produção musical, onde passa a trabalhar com uma nova leva de artistas da cidade.