mantenha as mãos sobre a mesa
pra saberes quanto pesa.
deixe-as
a vista, não insista na
conversa,
não permita que elas
digam
o que tua voz omite.
veja, criança do mundo,
o que é o fundo do que
estás a cavar sem descanso.
é na tua esperança, tonta
como um morcego na manhã,
que teus pés pisam confiantes,
antes do exílio inevitável.
é no destino vivo da estrada
que agora percorres,
o brinquedo
distraído de um sentido necessário,
o teu santo remédio.
aí o tédio delimita conquistas,
sublinha as derrotas com
tinta atroz,
e prepara-te ao
fogueiral
de um júbilo novo.
deixa que tuas mãos provem,
ao crivo do que é fatal,
onde
está o mal na água
que as lava, indiferente.
5 comentários:
Estava precisando de um pouco de boa poesia, nessa noite árida cheia de nada, e chegou bem a tempo, enquanto ouvia Finis Africae (puxa, já fomos tão legais!)... Se fosse uns anos atrás, pensaria logo essas palavras em desenhos de quadrinhos; atualmente, elas me remetem logo a um curta hitchcockiano... Não é má idéia: afinal, nos vídeos posso não apenas recriar suas imagens, Renato, como pensar em ter você atuando nelas em pessoa, Numa produção da Abuso... Você se arriscaria?...
E já que estou num melhor clima (ainda não é a note do suicídio), Picassos Falsos, para seguir em frente.
mantenha as mãos sobre a mesa pra saberes quanto pesa: não precisa dizer mais.
Marat,
é claro que me arriscaria! e seria um risco de muito prazer... vamos amadurecer essa ideia! fico feliz que meus escritos te inspirem, te movam, encontrem reflexo.
sigamos, mano!
abraços,
r
querido Edson,
eis o que venho tentando fazer - com a faca do verbo a costurar-me os dedos...
abraços!
r
é uma analise... sobre uma pessoa que pode ser considerada infantil e ingenua..
voce tenta ajudá-la
alertando as consequencias
e afirma que a confiança dela esconde o tamanho da ingenuidade
e junto destes conselhos que alertam... voce sugere que ela tenha discernimento no fim..
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