domingo, janeiro 29, 2006

dia primeiro

a copa úmida recende à chuva
recente... e eu já sinto
sobre a folha tímida do charco
a saudade tua – a grânula garoa
silente... e eu, libélula, repouso
em vôo parado
sobre a escolha única que resta
somente... eu, libelo inconforme lá
no comboio ligeiro
sobre a fornalha cardíaca da passagem
refuto qualquer fato aparente...
e sigo cá, rente ao dia primeiro
sobre a calha úmida dos caminhos
com o pensamento em ti,
mudo torvelinho do tempo em lábios
redonda teia feita de espera
valente... e eu, liberto em chama,
chamo a ti por teu signo íntimo
constante e a fluir – cedo na vazante
presente... eu, livro aberto
em tuas mãos brancas, em página amorosa.

9 comentários:

Anônimo disse...

rilke q me desculpe, mas falar de amor é tudo d bom. e vc o faz com maestria. te adoro e te admiro muito meu amigo!!!
beijos.
p.s: quero ressaltar aqui as chamadas q fazes para q os internautas visitem "a página branca". nossa!! elas são demais. um belo convite mesmo!!!

Anônimo disse...

Nossa... Absurda a tua página, como a maioria das coisa que tu fazes...

Anônimo disse...

lindo, o poema. clima intenso e versos idem. a questão com o amor - fernando pessoa alertava para as cartas ridículas - é perder a mão e tudo virar sentimentalismo.você passou ao largo desse risco.
edson coelho

Anônimo disse...

Ah, o "Cartas a um jovem poeta"... caraca, ganhei esse livro aos 20 anos e virou meu livro de cabeceira. Bom mesmo é que o amor é um tema inesgotável. Mas, mais que bom é poder ter lido o teu "primeiro" ouvindo a música do Moacir Santos. Bem, sabes que sou teu fã (fico sempre na dúvida do fã ou fan, mas acabo de consultar o Aurélio, hehehe)e mais não precisa ser dito, não é, parceiro?

Eduardo Lacerda disse...

passei para deixar um abraço. O blog foi indicação da minha querica Márcia Dantas.

Edu.

Anônimo disse...

Olá, encontrei seu blog ao ler o poema que postou em Novaliteratura. Gostei bastante das suas palavras lá expostas, mas confesso que o blog me surpreendeu. É de excelente qualidade! Uma leitura maravilhosa. gostaria de linká-lo, se permitir é claro, para não perder de vista seus posts.
Abraços

Unknown disse...

meu amigo, que bom encontrar seus textos! que continuam ótimos! muitas das coisas que eu aprendi devo a vc, desde os tempos do teatro do cefet!
Abraços!

luadepedra disse...

Querido Renato,

Eis a página onde todos os versos de poesia serão escritos.

Bem hajas!

1 Bj*
Luísa

Anônimo disse...

Rë do meu coração, lindo demais , perfeita as palavras amorosas sob a página branca!!!

Quem sou eu

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Renato Torres (Belém-Pa. 02/05/1972) - Cantor, compositor, poeta, instrumentista, arranjador, diretor e produtor musical. Formou diversas bandas, entre elas a Clepsidra. Já trabalhou com diversos artistas paraenses em palco e estúdio. Cria trilhas sonoras para teatro e cinema. Tem poemas publicados nas coletâneas Verbos Caninos (2006), Antologia Cromos vol. 1 (2008), revista Pitomba (2012), Antologia Poesia do Brasil vol. 15 e 17 (Grafite, 2012), Antologia Eco Poético (ICEN, 2014), O Amor no Terceiro Milênio (Anome Livros, 2015), Metacantos (Literacidade, 2016) e antologia Jaçanã: poética sobre as águas (Pará.grafo, 2019). Escreve o blog A Página Branca (http://apaginabranca.blogspot.com/). Em 2014 faz sua estreia em livro, Perifeérico (Verve, 2014), e em 2019 lança o álbum solo Vida é Sonho, autoproduzido no Guamundo Home Studio, seu estúdio caseiro de gravação e produção musical, onde passa a trabalhar com uma nova leva de artistas da cidade.