quinta-feira, julho 22, 2010

Improviso

deixar pra trás o que não soube
e o que me coube acabe aqui
no abraço, recobrar

o abrigo, o último motivo
do que não tive que enfrentar
a ventania do impossível
respirar

bem pra lá, depois da espera
o trem deserto, ninguém
por perto, aperta o passo
deixa o que passar

sem parar, arrisca
o teu menor esforço
e ali, no dorso do improviso
vai, sem avisar

deixar quieto o que não houve
e o que se move, enovelar
na memória, no olhar

ouvir a loa da verdade
e a vontade enviesar
nas direções que cada instante
avistar

18 comentários:

Z.A. Feitosa disse...

Obrigado por compartilhar comigo. Saudações e bênçãos. Z.A. Feitosa

Lígia Saavedra disse...

Renato, querido, olá!

Amo suas poesias e gostaria de levar uma para enfeitar o meu jardim de poesias lá no Saavedra, Música, Chibé e Poesia, mas preciso que vc me mande para o email, pois aqui há um aviso que não podemos copiá-las.

Por favor, se vc me permitir publicá-lo, escolha a que vc desejar e mande para:

ligsaavedra@yahoo.com.br

Bjs

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

Caro Amigo Renato deixo aqui a minha passagem para apeans dizer que és um deleite estar aqui e saborear seu caninho nas artes puras, na poesia e à música.
Minha admiração Renato

bjus

Anônimo disse...

O que diz a Poeta Lígia > deve ser levado em muita consideração.
Sua poesia convidada pata enfeitar o jardim de Saavedra.Depois disso >
o que dizer, poeta Renato?

Sou (agora) seu seguidor.

Abraços do aprendiz de poesia, Ronaldo Franco.

Mel Ribeiro disse...

Lindooo! Lindo demais!
Renatinho, meu querido, tenho que te dizer que sempre me surpreendes!

Saudades de ti!

Bjinhus

Mel Ribeiro

Jarina disse...

Renato,

Rumino tuas palavras
e tento ler o que não dizem...
Não consigo pensar em seguir em frente sem olhar pro que aprendi.
Pois o barato dessa vida e poder mudar de rumo, voar com passaros, cair no chão.
Refazer o caminho, voltar pra bifurcação.
Sorrir, sonhar, sofrer, brincar,
amar.
Vivemos em encruzilhadas... lembrei da Alice no Pais das Maravilhas.
A vida é assim, um poste repleto de placas te mostrando caminhos que você nunca sabe onde vai dar.

bjs no coração

Jarina

Ana Flor disse...

Lindo, como sempre um deleite... Te amo e te admiro.
Flor

Renato Torres disse...

Feitosa,

compartilhar é uma das prerrogativas da arte. o prazer é todo nosso, meu caro!

abraços,

r

Renato Torres disse...

Lígia,

minha querida, fique à vontade! fico muito feliz que o que escrevo te agrade assim...

um beijo,

r

Renato Torres disse...

Cíntia,

minha amiga, eu tenho o imenso privilégio de desfrutar de amizades talentosas como a tua, que sempre vem ler-me, e sempre deixa um carinho especial. obrigado!

beijo,

r

Renato Torres disse...

Ronaldo,

imagine! todos somos aprendizes, e estamos a nos reunir em torno deste ofício da palavra...

sigamo-nos, mano!

abraços,

r

Tere Tavares disse...

Musicalmente belo este estio de ar que inflama o leitor e faz pensar que passar é mais.
Felicidades, sempre.
Abraço

Li de Oliveira disse...

E heis que descubro que dentro de uma pagina branca um infinito pode estar escrito... Parabéns.

Renato Torres disse...

Mel,
fico muito feliz com a tua visita, e tua admiração. fico ainda aguardando o dia em que poderemos cantar juntos de novo!

um beijo,

r

Renato Torres disse...

Jarina,

o que as palavras não dizem sempre dizem nesse momento único, transcendente, da fruição. é nos teus olhos que elas irão dizer mais do que eu tenha tencionado dizer, porque assim também é comigo mesmo. improvisaremos, minha querida, sempre com o coração ardente de quem sabe a estrada com pés famintos.

beijo,

r

Renato Torres disse...

Flor,

a beleza que és, e que refazes, mesmo em meio ao turbilhão deste mundo louco, sempre será, para mim, inspiração, alento, confirmação, certeza, aprendizado, vibração, espírito. porque há amor.

beijos,

r

Renato Torres disse...

Tere,

"Improviso" nasceu como melodia num sonho, e teve muito mais a dizer sobre o que identificaste como o valor de tudo o que passa. "tudo passa, tudo passará", já foi cantado antes em outra canção, e é exatamente o que nos alenta, ao sentirmos a turbulência dos ventos da mudança.

um beijo,

r

Renato Torres disse...

Li,

curioso: teu nome já revela uma função de leitora atenta, que se articula num verbo pretérito. e mais, de descobridora de novas paisagens literárias. seja bem vinda a esta página branca. o infinito, deixo aos teus olhos sensíveis.

beijo,

r

Quem sou eu

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Belém, Pará, Brazil
Renato Torres (Belém-Pa. 02/05/1972) - Cantor, compositor, poeta, instrumentista, arranjador, diretor e produtor musical. Formou diversas bandas, entre elas a Clepsidra. Já trabalhou com diversos artistas paraenses em palco e estúdio. Cria trilhas sonoras para teatro e cinema. Tem poemas publicados nas coletâneas Verbos Caninos (2006), Antologia Cromos vol. 1 (2008), revista Pitomba (2012), Antologia Poesia do Brasil vol. 15 e 17 (Grafite, 2012), Antologia Eco Poético (ICEN, 2014), O Amor no Terceiro Milênio (Anome Livros, 2015), Metacantos (Literacidade, 2016) e antologia Jaçanã: poética sobre as águas (Pará.grafo, 2019). Escreve o blog A Página Branca (http://apaginabranca.blogspot.com/). Em 2014 faz sua estreia em livro, Perifeérico (Verve, 2014), e em 2019 lança o álbum solo Vida é Sonho, autoproduzido no Guamundo Home Studio, seu estúdio caseiro de gravação e produção musical, onde passa a trabalhar com uma nova leva de artistas da cidade.