com a draga macia da solidão
pois os que te ofenderam
jamais saberão que te afagas
antes com a faca que com o perdão
- este hiato entre o silêncio
e a mágoa inevitada
esta enxada com que cavas
a terra encharcada
de tua própria escravidão
sangue e suor, lágrima e cachaça
os sacramentos da missa
de extrema unção do teu ego
tornado baia e pelego
sobre o cavalo de fogo e remorso
teus metatarsos cravados no dorso,
na crina da égua noturna
tua febre diuturna
sem água ou descanso
o descaso rançoso com que avanças
cego, e sem vingança aparente
rangendo entre os dentes
a ferrugem amorosa
a pobre rosa do perdão
que abortas, ainda em botão.
a terra encharcada
de tua própria escravidão
sangue e suor, lágrima e cachaça
os sacramentos da missa
de extrema unção do teu ego
tornado baia e pelego
sobre o cavalo de fogo e remorso
teus metatarsos cravados no dorso,
na crina da égua noturna
tua febre diuturna
sem água ou descanso
o descaso rançoso com que avanças
cego, e sem vingança aparente
rangendo entre os dentes
a ferrugem amorosa
a pobre rosa do perdão
que abortas, ainda em botão.
4 comentários:
"- Psiu...
- Hum...
- Psiu!
- Oi...
- Canta pra mim?
- Cantar? Cantar o quê?
- Ah, qualquer coisa...
- Mas cantar pra quê?
- É que de repente me deu uma vontade tão grande de voar..."
P.
"vontade de voar", esta talvez a secreta luxúria do poeta, agora delineada com primor no teu escrito, a tua ingenuidade que é criança, que crê, e que sabe, acima de tudo, além de tudo. cantar sempre será possível e teu, momentos que sabes multiplicar e estender ao infinito!
beijos,
r
Meu irmão,
lindo. Segredo-poema, ávida vida.Que não "abortemos a rosa, ainda botão".
Abraços,
Daniel Leite
Daniel,
honrado com tua visita, irmão! sim, que esse segredo-poema frutifique, claro, inteiro, presente, em nossos corações, sempre...
abraços!
r
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