abre o novo ensejo, reverbera
ouve o sonoro desejo da fera
acordada, sai em busca dessa
insuspeitada vereda, desenreda
a tua história verdadeira, aquela
fronteira delicada entre a beleza
e a fúria, entre a folia e a injúria.
acordada, sai em busca dessa
insuspeitada vereda, desenreda
a tua história verdadeira, aquela
fronteira delicada entre a beleza
e a fúria, entre a folia e a injúria.
desespera; deixa que haja império
e penúria, que hajam noites escuras
e sonhos claros. que soem presságios
os adágios, que pareçam árias os
aríetes insistindo na questão invasiva:
haverá, afinal, infinitas esquinas,
variadas perspectivas, diversas escolhas?
serão mesmo tantas as luxúrias,
prolongados êxtases, euforias
desmedidas sem prazo de validade?
averigua a veleidade em tais elixires
e ao sentires aproximar-se o engodo
deita o rodo com firmeza sobre o mármore,
arma-te da tua melhor memória, e esfrega-a,
sôfrega, sobre o pano limpo da razão.
descansa tua mão na pedra fria,
que é poesia o que antes chamavas chão.
e penúria, que hajam noites escuras
e sonhos claros. que soem presságios
os adágios, que pareçam árias os
aríetes insistindo na questão invasiva:
haverá, afinal, infinitas esquinas,
variadas perspectivas, diversas escolhas?
serão mesmo tantas as luxúrias,
prolongados êxtases, euforias
desmedidas sem prazo de validade?
averigua a veleidade em tais elixires
e ao sentires aproximar-se o engodo
deita o rodo com firmeza sobre o mármore,
arma-te da tua melhor memória, e esfrega-a,
sôfrega, sobre o pano limpo da razão.
descansa tua mão na pedra fria,
que é poesia o que antes chamavas chão.
10 comentários:
Tem muita força, muito mais do que os verbos no imperativo.
Parabéns!
Su
Realmente, tem tantas esquinas na vida da gente, que a visão perde de vista tantas perspectivas, e aí, de fato, é só escolher, tomar sua decisão e escolhar o seu caminho.
Beijão Rê.
Linda.... As fronteiras nós criamos....
Meu amigo,
Flertas com a palavra com muita intimidade, conhecimento.
Esse teu talento emociona.
Parabéns. Siga em frente com o teu trabalho. Nós merecemos.
Abração,
Marcelo.
haverá, afinal, infinitas esquinas,
variadas perspectivas, diversas escolhas?
serão mesmo tantas as luxúrias,
prolongados êxtases, euforias
desmedidas sem prazo de validade?
a resposta é SIM, Renato!
rss
mais impactante ainda lido opoema na íntegra.
bjos
Luciana
Su,
esses verbos no imperativo, assim como o uso que faço de adjetivos, já foram alvos de comentários e críticas de alguns leitores... devo dizer, a bem da verdade, que não uso verbos no imperativo com a intenção de dar grandiloquência ao poema, como se quisesse "ensinar"alguma coisa... em primeira instância, escrevo estas coisas para mim mesmo, falando de mim para mim, sobre minhas crises e visões. se as trago a público, é porque penso poder dialogar - e adoro isso em arte, seu poder dialógico - com outras visões, e assim, poder crescer mais ainda. feliz demais com tua visita, e de perceberes a força do texto, "apesar" dos imperativos!
beijo,
r
Rosana,
claro que temos muitas opções, sempre... mas também acredito na força daquilo que deve ser, inexorável. teríamos então, dentro, uma espécie de bússola anímica, a nos conduzir, porquanto, ao lugar onde deveremos estar...
beijo,
r
Gina,
é isso mesmo!... resta saber se essas mesmas fronteiras nos libertarão ou nos aprisionarão.
beijo,
r
Marcelo,
a palavra sempre foi minha primeira via de entendimento com o mundo. quando criança, eu não escrevia poesia, mas desenhava... e os desenhos, como passei a entendê-los mais tarde, foram meus primeiros poemas, imagéticos e gráficos. passar deles às frases e aos versos foi natural, como também foi natural a chegada da música. proponho mais poesia nos Cine Gourmet!
abraços,
r
Luciana,
sim!... é uma ótima resposta, mesmo àquilo que possivelmente nos infligirá algum sofrimento... devemos mesmo é viver, tudo, de todas as maneiras, pra não padecermos de abstinências.
um prazer ter teu comentário!
beijos,
r
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