deixar pra trás o que não soube
e o que me coube acabe aqui
no abraço, recobrar
o abrigo, o último motivo
do que não tive que enfrentar
a ventania do impossível
respirar
bem pra lá, depois da espera
o trem deserto, ninguém
por perto, aperta o passo
deixa o que passar
sem parar, arrisca
o teu menor esforço
e ali, no dorso do improviso
vai, sem avisar
deixar quieto o que não houve
e o que se move, enovelar
na memória, no olhar
ouvir a loa da verdade
e a vontade enviesar
nas direções que cada instante
avistar
inerência da linguagem mormente na página branca: a potência da semente, a semântica do mote cotidiano, sem planos. poesia para o enfrentamento do que inexiste, mas urge. grafias caboclas e indígenas por ascendência, oriundas de uma terra feita de águas intensas. poemas registrados na Fundação Biblioteca Nacional - RJ
quinta-feira, julho 22, 2010
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Quem sou eu
- Renato Torres
- Belém, Pará, Brazil
- Renato Torres (Belém-Pa. 02/05/1972) - Cantor, compositor, poeta, instrumentista, arranjador, diretor e produtor musical. Formou diversas bandas, entre elas a Clepsidra. Já trabalhou com diversos artistas paraenses em palco e estúdio. Cria trilhas sonoras para teatro e cinema. Tem poemas publicados nas coletâneas Verbos Caninos (2006), Antologia Cromos vol. 1 (2008), revista Pitomba (2012), Antologia Poesia do Brasil vol. 15 e 17 (Grafite, 2012), Antologia Eco Poético (ICEN, 2014), O Amor no Terceiro Milênio (Anome Livros, 2015), Metacantos (Literacidade, 2016) e antologia Jaçanã: poética sobre as águas (Pará.grafo, 2019). Escreve o blog A Página Branca (http://apaginabranca.blogspot.com/). Em 2014 faz sua estreia em livro, Perifeérico (Verve, 2014), e em 2019 lança o álbum solo Vida é Sonho, autoproduzido no Guamundo Home Studio, seu estúdio caseiro de gravação e produção musical, onde passa a trabalhar com uma nova leva de artistas da cidade.
18 comentários:
Obrigado por compartilhar comigo. Saudações e bênçãos. Z.A. Feitosa
Renato, querido, olá!
Amo suas poesias e gostaria de levar uma para enfeitar o meu jardim de poesias lá no Saavedra, Música, Chibé e Poesia, mas preciso que vc me mande para o email, pois aqui há um aviso que não podemos copiá-las.
Por favor, se vc me permitir publicá-lo, escolha a que vc desejar e mande para:
ligsaavedra@yahoo.com.br
Bjs
Caro Amigo Renato deixo aqui a minha passagem para apeans dizer que és um deleite estar aqui e saborear seu caninho nas artes puras, na poesia e à música.
Minha admiração Renato
bjus
O que diz a Poeta Lígia > deve ser levado em muita consideração.
Sua poesia convidada pata enfeitar o jardim de Saavedra.Depois disso >
o que dizer, poeta Renato?
Sou (agora) seu seguidor.
Abraços do aprendiz de poesia, Ronaldo Franco.
Lindooo! Lindo demais!
Renatinho, meu querido, tenho que te dizer que sempre me surpreendes!
Saudades de ti!
Bjinhus
Mel Ribeiro
Renato,
Rumino tuas palavras
e tento ler o que não dizem...
Não consigo pensar em seguir em frente sem olhar pro que aprendi.
Pois o barato dessa vida e poder mudar de rumo, voar com passaros, cair no chão.
Refazer o caminho, voltar pra bifurcação.
Sorrir, sonhar, sofrer, brincar,
amar.
Vivemos em encruzilhadas... lembrei da Alice no Pais das Maravilhas.
A vida é assim, um poste repleto de placas te mostrando caminhos que você nunca sabe onde vai dar.
bjs no coração
Jarina
Lindo, como sempre um deleite... Te amo e te admiro.
Flor
Feitosa,
compartilhar é uma das prerrogativas da arte. o prazer é todo nosso, meu caro!
abraços,
r
Lígia,
minha querida, fique à vontade! fico muito feliz que o que escrevo te agrade assim...
um beijo,
r
Cíntia,
minha amiga, eu tenho o imenso privilégio de desfrutar de amizades talentosas como a tua, que sempre vem ler-me, e sempre deixa um carinho especial. obrigado!
beijo,
r
Ronaldo,
imagine! todos somos aprendizes, e estamos a nos reunir em torno deste ofício da palavra...
sigamo-nos, mano!
abraços,
r
Musicalmente belo este estio de ar que inflama o leitor e faz pensar que passar é mais.
Felicidades, sempre.
Abraço
E heis que descubro que dentro de uma pagina branca um infinito pode estar escrito... Parabéns.
Mel,
fico muito feliz com a tua visita, e tua admiração. fico ainda aguardando o dia em que poderemos cantar juntos de novo!
um beijo,
r
Jarina,
o que as palavras não dizem sempre dizem nesse momento único, transcendente, da fruição. é nos teus olhos que elas irão dizer mais do que eu tenha tencionado dizer, porque assim também é comigo mesmo. improvisaremos, minha querida, sempre com o coração ardente de quem sabe a estrada com pés famintos.
beijo,
r
Flor,
a beleza que és, e que refazes, mesmo em meio ao turbilhão deste mundo louco, sempre será, para mim, inspiração, alento, confirmação, certeza, aprendizado, vibração, espírito. porque há amor.
beijos,
r
Tere,
"Improviso" nasceu como melodia num sonho, e teve muito mais a dizer sobre o que identificaste como o valor de tudo o que passa. "tudo passa, tudo passará", já foi cantado antes em outra canção, e é exatamente o que nos alenta, ao sentirmos a turbulência dos ventos da mudança.
um beijo,
r
Li,
curioso: teu nome já revela uma função de leitora atenta, que se articula num verbo pretérito. e mais, de descobridora de novas paisagens literárias. seja bem vinda a esta página branca. o infinito, deixo aos teus olhos sensíveis.
beijo,
r
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