que posso eu dizer a ti, daqui
da zona escura?
que posso eu, em jura, ou injúria
sobre o teu mundo em redoma?
diga-me tu: o que assoma deveras
além da queda lenta em espera, em espiral?
que posso eu a não ser o mal
auto-infligido, a faca que revolvo
em baixo ventre? que posso então
entre cruz e espada senão nada,
atadas as mãos do destino?
que desatino, rebeldia inconforme
seria tão enorme a ponto de te mover
ao que imagino ser a tua vontade secreta?
em que dimensão, em qual planeta
haveremos de reencarnar
mudos, desnudos, apenas em
pétalas urdidas de amar?
inerência da linguagem mormente na página branca: a potência da semente, a semântica do mote cotidiano, sem planos. poesia para o enfrentamento do que inexiste, mas urge. grafias caboclas e indígenas por ascendência, oriundas de uma terra feita de águas intensas. poemas registrados na Fundação Biblioteca Nacional - RJ
quarta-feira, abril 12, 2006
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Quem sou eu
- Renato Torres
- Belém, Pará, Brazil
- Renato Torres (Belém-Pa. 02/05/1972) - Cantor, compositor, poeta, instrumentista, arranjador, diretor e produtor musical. Formou diversas bandas, entre elas a Clepsidra. Já trabalhou com diversos artistas paraenses em palco e estúdio. Cria trilhas sonoras para teatro e cinema. Tem poemas publicados nas coletâneas Verbos Caninos (2006), Antologia Cromos vol. 1 (2008), revista Pitomba (2012), Antologia Poesia do Brasil vol. 15 e 17 (Grafite, 2012), Antologia Eco Poético (ICEN, 2014), O Amor no Terceiro Milênio (Anome Livros, 2015), Metacantos (Literacidade, 2016) e antologia Jaçanã: poética sobre as águas (Pará.grafo, 2019). Escreve o blog A Página Branca (http://apaginabranca.blogspot.com/). Em 2014 faz sua estreia em livro, Perifeérico (Verve, 2014), e em 2019 lança o álbum solo Vida é Sonho, autoproduzido no Guamundo Home Studio, seu estúdio caseiro de gravação e produção musical, onde passa a trabalhar com uma nova leva de artistas da cidade.
20 comentários:
soberbo !!!!
bijão
elaine,
sabia que este, em particular, ia te agradar muito...
beijo,
r
o que usaremos pra encher os espaços vazios? qual luz nos espera no fim desse túnel?o que há sobre este muro?de onde viemos e pra onde vamos: praias brancas.
beijos meu poeta...
mano wagner,
eis nossas perguntas que nunca calam... essa nossa sede de ir adiante. por quê pararíamos, náo é?
um beijo,
r
tem novidade em http://fragmentos2.blogspot.com/
vai lá e me diz, grande beijo amigo!!!!
achei lindo. surpreendo-me contigo! bjos. Keyla S.
keyla,
surpresas nos aguardam ainda adiante, no futuro... sigamos juntos... beijo!
r
nossa...renato parabens cara, vc é muito bom.... estou encantada com suas palavras. Tive muita sorte em te encontrar, nos dias de hoje é raro ver tanta beleza.
Beijão
camila...
...vieste até mim por causa dos the gilbertos, né?... pois é... eu diria o mesmo a ti. não é comum encontrar alguém interessado em tais belezas... seja bem vinda à página branca. volte sempre...
beijo
r
Ai! Mas tu podes tudo, tudo! Até fazer nascer sorriso de desalento andarilho pelas ruas da sofreguidão!
Tu és mago e meigo, amigo... porque só os amigos sabem tanto assim. Todos esses serão nosso enorme segredo. Ah, eu te ouço, eu te sinto e o universo inteiro é o nosso segredo em cápsula de agonia. Telepatia. Nos sentimos.
Não, nem por um segundo eu quero dizer adeus! Te Amo.........
segue o coelho até a toca:
http://fragmentos2.blogspot.com/
feito só pra vc, beijos..
minha doce flor disfarçada de redoma...
estamos sempre conectados... mesmo que as palavras demorem a chegar, elas chegam, e nos abrigam...
te amo,
r
Belo texto Renato. Um "quê" de mergulho nas profundezas do existir. Uma abordagem até onde for possível consciência, se há espaço vazio.
Abraços
Leandro Soriano
Oi Renato,
adoro visitar teu blog, onde tuas poesias me tocam profundamente e me fazem sentir o quao longe estou de uma terra que - em outros tempos! - também já foi minha...
Saudades!
Beijos desde Berlim,
Tuca
Cara, quero que saibas que sempre, sempre leio os teus poemas da página branca e que é com a mesma freqüência que eles me tocam, me emocionam, mas poucas vezes me manifesto. Agora, curvo-me ao teus pés e exponho minha mais profunda e antiga admiração por você, meu doce poeta, e por sua arte, que muito generosamente divides conosco, simples mortais.
Um beijo n'alma
Ana Cláudia
soriano,
maravilhosas as possibilidades da palavra em poesia, que fazem de algo tão particular, universal. este texto, que foi escrito em via real para uma pessoa, sob determinada circunstância, alcança sentidos amplos, sob olhos de leitores sensíveis, como os teus.
abraço!,
r
tuca,
a página branca é esse não espaço, onde sempre poderemos nos encontrar... desde berlim, desde belém, desde a amizade que jamais nos abandonará...
beijo,
r
ps: bem que podias me dar teu e-mail da próxima vez, né?
ana,
não. não és uma simples mortal... és uma musa. és alguém com olhos para a poesia, e creia-me, isto é cada vez mais raro. oh, e és minha amiga, tão querida!... e jamais serás esquecida, não importam quantas distâncias a vida queira tramar entre nós...
beijo n´alma!
r
me diz como é que eu não conhecia este lugar antes?! gostei muito mesmo!
Carpe Diem!
harley,
fico muito feliz com teu gostar... esteja sempre à vontade... lugares como esse se tem que buscar, e na hora certa eles aparecem. abraço!
r
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