vá lá que seja a vida essa mesma
sem resposta. porque gosto. porque sim.
que seja como a estrada que se ergue,
como o sal na língua, e sem fim,
até que acabe numa encruzilhada qualquer,
naquelas tuas esquinas, mulher, de morrer.
vá lá que assim seja ser, a escolha muda,
a medida do impossível a prevalecer.
que surja do imprevisto até tornar-se habitat natural.
vá que mude a cada instante um tanto que nem se perceba,
e seja a ceva pronta a tanta fome tua, a minha carne tonta.
que seja essa tentação divina a minha ponta nesse cinema.
vá lá que a sina seja um pouco suja vez por outra
e que a garatuja desse poema seja a estopa embebida
que tu mesmo atearás, em vida, em plena praça pública.
inerência da linguagem mormente na página branca: a potência da semente, a semântica do mote cotidiano, sem planos. poesia para o enfrentamento do que inexiste, mas urge. grafias caboclas e indígenas por ascendência, oriundas de uma terra feita de águas intensas. poemas registrados na Fundação Biblioteca Nacional - RJ
domingo, janeiro 15, 2006
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Quem sou eu
- Renato Torres
- Belém, Pará, Brazil
- Renato Torres (Belém-Pa. 02/05/1972) - Cantor, compositor, poeta, instrumentista, arranjador, diretor e produtor musical. Formou diversas bandas, entre elas a Clepsidra. Já trabalhou com diversos artistas paraenses em palco e estúdio. Cria trilhas sonoras para teatro e cinema. Tem poemas publicados nas coletâneas Verbos Caninos (2006), Antologia Cromos vol. 1 (2008), revista Pitomba (2012), Antologia Poesia do Brasil vol. 15 e 17 (Grafite, 2012), Antologia Eco Poético (ICEN, 2014), O Amor no Terceiro Milênio (Anome Livros, 2015), Metacantos (Literacidade, 2016) e antologia Jaçanã: poética sobre as águas (Pará.grafo, 2019). Escreve o blog A Página Branca (http://apaginabranca.blogspot.com/). Em 2014 faz sua estreia em livro, Perifeérico (Verve, 2014), e em 2019 lança o álbum solo Vida é Sonho, autoproduzido no Guamundo Home Studio, seu estúdio caseiro de gravação e produção musical, onde passa a trabalhar com uma nova leva de artistas da cidade.
10 comentários:
Renato,
Que belo texto.
Algo que remete ao eterno confronto com a finitude. Estamos vez por outra levados ao limite, extremo eu diria.
Gostei da proposta. Bjus...
R!
Égua Re!!!
Es-cân-da-lo!!!
Teus poemas são delírio!!
Já quero até dançar!!
Beijos!!
Égua Re!!!
Es-cân-da-lo!!!
Teus poemas são delírio!!
Já quero até dançar!! Deu vontade mano!
Beijos!!
maravilha, cara.
goiano. de belém. abs.
renato detonando nos versos... como sempre! Este está de matar!!
Lindo de viver!
Passei pra deixar um beijo e desejar boa semana.
Vai me visitar la no Letras.
http://letrasdiversas.blogger.com.br
Renato,
Todo poema que escreves me agrada,
mas, este, em particular, tem fascinação, simplesmente, divino.
Abraços
Terê Tavares
É-go-aaaaaaaaaaaaa
Olha como tu és....
Sempre emocionando, tens pena voraz, pena que deixa qualquer um, com vontade de ser objeto de sua inspiração...escreva Renato! Escrevaaa!!!
Flaviane,
eu sou como és, a água que corre ao revés, a vesga tontura do sol, o salto no escuro do eu, o Eufrates que enfrenta a secura do chão, o avesso do não, o chão que é céu, que é seu.
beijo,
r
Renata, Ana Flávia, Ishak, Lu Cavichioli, Tere,
mesmo com a dist6ancia do tempo, seus carinhos e atenções ainda me alcançam... muito agradecido por essa leitura e palavras de vocês!
beijos e abraços!
r
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