Ao publicar "3 fragmentos", em novembro, recebi um comentário de minha amiga Elaine Malmal, poeta paulistana, me pedindo a continuação do terceiro fragmento, com o que o Vital Lima também concordou... Meio ingenuamente, vou publicar agora esta continuação, em verdade apenas uma terceira estrofe que, creio, dá cabo de fechar a chaga aberta do poema que tanto incomodou estes meus dois super queridos amigos. Digo ingenuamente porque não sei se o que fiz os agradará - e sendo bem franco, nem mesmo sei (ainda) se me agrada por completo... Não se espantem, gente... poesia é assim mesmo: às vezes demora a se mostrar, mesmo aparentemente se mostrando: : :
peço a mim mesmo: tenha alma
calma que o novo já está
agora é como a palma da mão
conheces no instante em que dizes: já
peço a mim mesmo: pra ciência
fica com os olhos atentos
incidente é como caixa de presente
apresenta o futuro acontecimento
peço a mim mesmo: só, cega
repousa a vista na escuridão
e sê, noutros sentidos
a corda acesa da razão.
inerência da linguagem mormente na página branca: a potência da semente, a semântica do mote cotidiano, sem planos. poesia para o enfrentamento do que inexiste, mas urge. grafias caboclas e indígenas por ascendência, oriundas de uma terra feita de águas intensas. poemas registrados na Fundação Biblioteca Nacional - RJ
segunda-feira, dezembro 26, 2005
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Quem sou eu
- Renato Torres
- Belém, Pará, Brazil
- Renato Torres (Belém-Pa. 02/05/1972) - Cantor, compositor, poeta, instrumentista, arranjador, diretor e produtor musical. Formou diversas bandas, entre elas a Clepsidra. Já trabalhou com diversos artistas paraenses em palco e estúdio. Cria trilhas sonoras para teatro e cinema. Tem poemas publicados nas coletâneas Verbos Caninos (2006), Antologia Cromos vol. 1 (2008), revista Pitomba (2012), Antologia Poesia do Brasil vol. 15 e 17 (Grafite, 2012), Antologia Eco Poético (ICEN, 2014), O Amor no Terceiro Milênio (Anome Livros, 2015), Metacantos (Literacidade, 2016) e antologia Jaçanã: poética sobre as águas (Pará.grafo, 2019). Escreve o blog A Página Branca (http://apaginabranca.blogspot.com/). Em 2014 faz sua estreia em livro, Perifeérico (Verve, 2014), e em 2019 lança o álbum solo Vida é Sonho, autoproduzido no Guamundo Home Studio, seu estúdio caseiro de gravação e produção musical, onde passa a trabalhar com uma nova leva de artistas da cidade.
3 comentários:
perfeito, meu poeta, perfeito, valeu a espera...
Grande Renato.
Nao sabia que tu tinhas blogue...
Passo aqui pra deixar meu abraco. E eu to aterrissando em Belem em 18 de fevereiro proximo. Vamos tomar umas cervejas!
Breno
E agora, já gostas? Eu gostei imensamente.
E quantos sentidos nesses "noutros sentidos", não?!
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