contas ao tempo o teu secreto viço, e ele abriga-o, as mãos em concha.
fazes de teu caminho costumeiro a vestimenta devoluta dos novos olhos,
e assim tens o sorriso de um camponês, eivado de lírios brancos.
repetes ao silêncio teu voto primeiro da clara sentença,
e tua boca transborda de francas palavras, como mel em favos incontinentes.
embebes a semente de tua mais líquida esperança, e então
esqueces a erupção da flora, inevitável, relevo na relva murmurando sob teus pés.
riscas ao passo doido, na avenida transida de ventos chuvosos,
a tua escuridão repleta de folhas que caem, e o rumor
da tua solidão embala as gotas perdidas pelas valetas.
emprestas tuas lágrimas às canções antigas que ouves, distraída,
e enfim, como lentas estrelas moles de luz percorrida, deitas tua cabeça ao sonho.